Mensalidade Escolar Terá Reajuste de até 12% em São Paulo
22-09-2014 | 13:58:12
As mensalidades das escolas particulares do Estado de São Paulo terão alta de até 12% em 2015, índice acima da inflação prevista pelo governo federal para o ano que vem de 4,5%.
A afirmação é do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo). Em todo o Estado, desde 2010 o aumento das mensalidades da rede privada supera a inflação.
A orientação do Sieeesp, que vem sendo seguida nos últimos anos pelas escolas, é que o reajuste seja de 9% a 12%. O Procon orienta os pais a procurar as escolas e pedir as planilhas de custos que justifiquem o aumento
Segundo Benjamin Ribeiro da Silva, presidente da entidade, o cenário incerto das eleições deste ano, aliado a fatores econômicos – como recomposição de impostos e fim do subsídio às tarifas de energia – justificam o reajuste.
Também pesam as previsões de inflação alta – o sindicato acredita que será de quase 7% – e de reajuste real de 2,5% para os professores.
Com o temor de alta na taxa de inadimplência, o sindicato, que tem feito reuniões no interior desde a segunda-feira (15), está orientando as escolas para que freiem novos investimentos, como grandes obras ou reformas.
Em julho, o índice de inadimplência foi de 7,31% no Estado. É inferior aos 8,05% do mesmo mês de 2013, mas supera os 6,20% de janeiro.
O Procon e o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) afirmam que as escolas devem apresentar uma planilha aos pais que comprove a necessidade do reajuste acima da inflação.
"Sem comprovação, o reajuste é ilegal", diz Cláudia Pontes Almeida, advogada do Idec.
Para Alexandre Nicolella, professor da faculdade de economia da USP Ribeirão Preto, o cenário econômico para 2015 não é positivo e é possível que haja aumento de devedores.
"O problema é que os salários crescem menos [que a mensalidade]."
Para tentar evitar que a inadimplência suba, o sindicato está orientando escolas a barrarem matrículas de alunos cujos pais ou responsáveis financeiros estejam com o nome "sujo". A recomendação já foi feita em anos anteriores, mas está sendo reforçada.
Em Ribeirão Preto, por exemplo, há dois anos escolas estão pedindo a declaração de quitação escolar de novos alunos no ato da matrícula, segundo Márcia de Pádua, diretora de escola. O documento comprova que não há débitos com o colégio anterior.
A escola de Márcia, Uniart, reajustará a mensalidade em 12%. Já a Waldorf João Guimarães Rosa, também em Ribeirão, deve adotar 9%, diz o tesoureiro Adilson Defendi.
A Folha de São Paulo procurou escolas na capital paulista, mas elas não quiseram se manifestar.
Com o impacto do reajuste, pais já se preparam para adotar medidas como corte de gastos supérfluos.
"A gente tem que priorizar os pagamentos e deixar de lado outros, como passeios", diz o ourives Daniel Fernando Franc, 39.
Já o vendedor de veículos André Barrufini Neto, 42, pretende negociar com a direção da escola das filhas o pagamento à vista do ano letivo, visando um desconto.

MATÉRIA EXTRAÍDA DA FOLHA DE SÃO PAULO, datada em 18/09/2014.

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2014/09/1518221-mensalidade-escolar-tera-reajuste-de-ate-12-em-sao-paulo.shtml
 
 
 
 
 
 
 
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